Os investidores e atletas estão buscando alcançar o sucesso máximo.

Da mesma forma que os competidores das Olimpíadas almejam o lugar mais alto do pódio e a premiação de uma medalha de ouro, os investidores estão cada vez mais interessados nas possibilidades oferecidas pelo ouro como forma de proteção contra a inflação e a instabilidade geopolítica – por Rob Morgan
Durante muitos séculos, o ouro tem exercido um encanto duradouro e atrativo. Ao longo da história da humanidade, tem sido empregado como forma de comércio, reserva de valor e símbolo visível de riqueza e influência. Por isso, não é surpreendente que os atletas mais destacados recebam medalhas de prestígio feitas de ouro, uma tradição que certamente continuará.
Porém, o ouro é atrativo para diversos investidores por suas características especiais. Ele costuma preservar seu valor ao longo do tempo, podendo se tornar um ativo seguro em momentos de crise, e funciona como uma moeda “independente” que não está sujeita a controles governamentais.
O ouro tem um valor tão alto que as medalhas olímpicas não são feitas principalmente desse metal. Segundo as normas do Comitê Olímpico Internacional, elas são compostas por pelo menos 92,5% de prata e apenas cerca de seis gramas de ouro. A última vez em que foram concedidas medalhas de ouro maciço foi em Estocolmo, em 1912, portanto, a demanda adicional dos Jogos Olímpicos não pode ser a razão do recente aumento no preço do ouro.
O ouro teve um desempenho positivo em 2024, com um aumento de 17%, mesmo diante das altas taxas de juros reais. Isso se deve à contínua compra por parte dos bancos centrais, aos fortes fluxos de investimento vindos de fora da Ásia e à demanda resistente dos consumidores.
Por que o ouro atrai investidores?
O ouro pode ser considerado um investimento seguro para aqueles que desejam proteger seu dinheiro durante períodos de instabilidade financeira. Sua característica duradoura e constante atrai mais interesse quando o futuro parece incerto.
Isso ocorre porque o ouro é considerado uma proteção importante contra a inflação, uma reserva de valor histórica e uma moeda “independente” que não pode ser manipulada. Enquanto as moedas de papel perdem valor ao longo do tempo devido à criação de mais dinheiro, o suprimento de ouro e outros metais preciosos é limitado, requerendo investimentos significativos para serem descobertos e extraídos. Portanto, eles podem ser vistos como uma forma de diversificação para investidores com carteiras amplas que desejam adicionar um ativo não necessariamente correlacionado com os preços de outros ativos.
Os bancos centrais, investidores e famílias do Oriente têm se destacado como importantes adquirentes de ouro recentemente, especialmente na China, onde o declínio do mercado imobiliário provocou uma mudança significativa na percepção desse metal precioso. A crescente preferência pelo ouro está relacionada à tendência de desglobalização e às crescentes tensões internacionais, já que os bancos centrais estão buscando cada vez mais um ativo de reserva que não seja influenciado por questões políticas. Com a contínua fragmentação geopolítica do mundo, essa tendência pode persistir.
Existem preocupações com a possibilidade de um aumento da inflação caso Donald Trump vença a eleição nos Estados Unidos. Suas propostas de mudanças e tarifas podem resultar em aumentos nos preços na maior economia do mundo, levando alguns investidores a buscar ativos monetários mais seguros.
Quais são os pontos negativos do ouro?
No curto prazo, o ouro pode apresentar grande instabilidade e imprevisibilidade, sendo aconselhável manter apenas uma quantia modesta. O ouro é visto como uma reserva de valor em vez de um ativo que gera lucros, o que o torna menos atrativo em períodos de estabilidade e crescimento, especialmente quando as taxas de juros estão prestes a subir, pois não proporciona renda.
O preço do ouro costuma enfrentar desafios quando o dólar americano está valorizado. O ouro é considerado caro em dólares americanos, e a flutuação do dólar geralmente reduz o interesse dos compradores, especialmente em países emergentes onde a demanda por joias é alta.
De que forma os investidores podem adquirir ouro?
Alguns investidores preferem adquirir moedas ou barras de ouro, porém isso pode não ser prático para a maioria devido à necessidade de armazenamento e seguro. Felizmente, há alternativas mais convenientes para incluir ouro em um portfólio, como por exemplo, um produto negociado em bolsa.
Costumamos dar preferência a ETCs ‘fisicamente lastreados’ que possuem ouro armazenado de forma segura em um cofre, em vez de fundos baseados em derivativos que podem ter riscos e complexidades adicionais. Um exemplo é o iShares Physical Gold, que está incluído na Charles Stanley Direct Preferred List, uma seleção cuidadosa de investimentos recomendados para novos investidores em diferentes setores.
Um caminho mais arriscado para investir em ouro é por meio de ações de empresas de mineração do metal precioso. Essas empresas tendem a ser mais sensíveis às variações no preço do ouro, o que pode resultar em lucros amplificados em períodos de alta, mas também em perdas maiores em períodos de baixa. O fundo Blackrock Gold & General, gerenciado pela Equipe de Recursos Naturais da Blackrock, investe em empresas de ouro e outras relacionadas ao metal em nível global, mantendo entre 50 e 80 empresas em seu portfólio, a maioria das quais são produtoras de ouro, com exposição limitada a ações de exploração de alto risco em comparação com seus concorrentes.
Rob Morgan ocupa o cargo de Analista de Investimento Chefe na Charles Stanley.
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